quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Identidade Cristã



                                      Foi seguindo o caminho que acabamos de percorrer, de ciência em ciência e de verificação em verificação, que a Primeira Universidade da Terra formou a primeira Igreja, dito de outra forma, o primeiro Estado social terrestre, em correspondência com a celeste. Foi por etapas e graus sucessivos da hierarquia dos fatos e das leis que o espírito humano chegou ao espírito divino: substância; ao Verbo divino: existência; e ao ser, à vida em si: essência de Deus.
                                      Nós dissemos e acrescentamos que a Humanidade havia perdido sucessivamente, pela sua própria falta, todo um conjunto de faculdades, das quais somente sobrou uma: a consciência. Exceto esta, o homem hoje em dia está surdo e cego ao que era praticado em experiência. Ser inteligível e sensível, é evidente que Jesus lhe deu tudo isso; porém o espírito pagão o fez perder tudo de novo.
                                      Depois de sua organização primordial relatada por São João, enquanto o homem foi fiel, o gênero humano era cristão do Verbo Criador e Salvador, que havia prometido aos seus aliados descer à Terra e encarnar-se nela, com todas as suas faculdades, de forma a reunir novamente tudo quanto tivesse sido dividido pelos seus adversários.
                                      É por este motivo que, de Ciclo em Ciclo, seus representantes, pontífices, reis, patriarcas bíblicos, rashis dos Vedas, tis dos Kings, chamavam-se, como menciona o dicionário hebreu: MeShlaH-Im, cristãos. Da mesma forma, a partir do ano 590, os reis da França eram chamados assim; mas nesse caso não são os verdadeiros sucessores dos patriarcas MeShIaH-IM. Apenas nossos papas os sucederiam, se o Neopaganismo não fizesse regredir a marcha normal da cristandade em direção ao cumprimento da promessa, na direção de um Estado social e de uma civilização universal, na qual todas as chaves de ouro estão no Evangelho.
                                      Um único pastor: a Humanidade nunca teve nos Ciclos antigos, e não terá jamais nos tempos futuros, a possibilidade de uma unidade que não fosse aquela, e é por isso que no nascimento de Jesus, os anjos divididos em dois coros cantam os versos da seguinte estrofe: "Glória a Deus nas Alturas. Paz na Terra aos homens de boa vontade!"
                                       Realmente, sem a religião do MeShIaH, sem o seu duplo Estado universitário e social, não existe, como veremos mais adiante, a possibilidade de paz entre as nações, quando até reis, imperadores e monarcas, no sentido moderno e pagão dessas palavras, com todos os seus súditos, comeriam na mão de Julião, o Apóstata. Portanto, para obter a paz de Deus na Terra, é necessário glorificar seu Verbo até nos mais altos dos Céus: SheMa dos SheMaIM; pois a paz é Ele mesmo na reflexão de seu Shema, e em seu organismo social vivo.
                                       O Adão terrestre de Moisés foi o primeiro patriarca a fazer passar o gênero humano da Antropologia para a Andrologia, do pó individual a um mesmo espírito, a uma mesma alma, a um mesmo corpo eclesiástico, que tinha um chefe semelhante àquele dos ALHIM e de seu MIHLA, ao MeShIH celestial representados na Terra. E é o início da unidade de todos os ensinamentos, a unidade das línguas estruturadas sobre a palavra divina, a unidade social de um extremo a outro da Terra, com a exclusão de toda a política, de toda a anarquia. Dissemos, em outra parte, como essa tradição se confirma pela etimologia sânscrita do nome AD-aM.
                                       Pitágoras, herdeiro da tradição patriarcal, que fez passar das línguas sagradas ao grego jônico o termo Philo-SoPh-Ya, amor pela sabedoria de Deus. Entretanto, essa sabedoria da proto-síntese do Verbo, ou dos vestígios que permaneceram espalhados nos cantos escuros das Universidades ortodoxas da Europa, da África e da Ásia, que consistiam na Filosofia humana que apontamos como o falso critério por excelência. Objetivo, experimentalmente demonstrável, era o terceiro grau do ensino patriarcal, que constituiu por si só o ápice dos altos estudos: a sabedoria. Era o objeto supremo da Revelação.

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